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Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold

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Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold Empty Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold

Mensagem por Jack Frost 26.06.14 3:05





Sozinho no Inverno









Sentado em seu sofá numa tarde indiferente de um sábado Benjamin se sentia incomodado com alguma coisa, como um cutucão irritante e insistente em seu peito, o pesar de uma vida inteira lutando para se expressar com poucos gestos, ele se via vitima se seus segredos e ainda mais pela sua solidão, o frio podia não incomoda-lo mais, porém a solidão sim.

Incomodado resolveu fazer uma coisa que fazia quando era mais jovem de uma forma diferente, dessa vez ele pegou o seu celular e iniciou uma gravação de voz:


“Quando nasci novamente no Chile nas geleiras de Beagle devo ter perdido algo de mim, algo da minha... humanidade, sinto que não sou mais aquele garoto de antes, não mais aquele menino apaixonado, agora eu tenho ódio no lugar da razão, medo talvez, os homens não são bons, eles são monstros condenados por seus desejos e eu preciso deles, do calor deles, do suspiro deles e de suas almas.

Fazia uma semana que eu não havia me alimentado de calor, minha cabeça doía e eu trabalhava no Hospital de forma lenta e pouco funcional, por sorte o meu local de trabalho não estava horrivelmente agitado, ok, estamos em Nova York sempre acontece alguma coisa que lota o Hospital, mas pelo menos naquele dia eu não estava saturado de trabalho como na maioria dos casos, as pessoas que apareciam no estabelecimento tinham casos leves ou eram encaminhadas para os Doutores especializados, quase nenhum problema tirando a enorme fome que eu sentia, a cada paciente ou funcionário que passava por mim o calor de seu corpo parecia atraente como doce para criança, doloroso certamente.

Meu ultimo trabalho naquela noite envolvia verificar um rapaz com câncer que estava internado, seria apenas durante meia hora até que a mãe dele voltasse do mercado e como já havia acabado minha carga horário fui de bom grado como hora extra não remunerada, uma péssima ideia, o rapaz parecia ter uns 20 anos quase minha idade, ainda tinha cabelo, mas estava caindo e sua pele estava seca e marcada, ele também tentava dormir só que muito possivelmente o tratamento estivesse fazendo da vida do rapaz um inferno e seu rosto... era bonito, maltratado porém belo não como um modelo ou como um galã, o tipo de pessoa que eu não curto, ele era bonito mais para uma pessoa comum e observa-lo naquele estado foi excruciante, não por pena dele, eu via gente enferma todos os dias e ele não era o pior caso, mas eu ansiava em poder tocar em usa pele e roubar o seu calor, mata-lo para poder viver, mas eu não tinha perdido minha consciência ainda, preferi então gastar meu tempo naquele quarto verificando os aparelhos e atento a crises.

Finalmente estava fora do Hospital, esfomeado certamente e fui burro por ter ficado tanto tempo sem me alimentar, agora andar por Nova York era terrível, cada pessoa que passava por mim era como um copo de água enquanto você esta com sede num deserto e eu estava com muita sede, uma família com seus filhos, um casal de namorados, um grupo de amigos com camisetas de bandas de rock, eu quase não podia ignora-los, sentia minha pele congelando e secando cada vez mais, pequenas rochinhas se formando em minha pele e a neve se formando no meu cabelo tornando o branco, me escondi em meu casaco e avancei como um predador para as áreas mais afastadas do centro, qualquer morte no Central Park era pedir um tiro na testa vindo do Homem de Ferro ou um combate desnecessário contra o Homem Aranha.

Eu não me lembrava de onde eu estava e nem que caminhos eu segui para chegar ali, vários bares, pubs, boates e bordeis disfarçados era o que eu encontrava naquela região, mas estava meio vazio, talvez não fosse um lugar para ricos que podiam curtir todos os dias da semana, inclusive percebi uma boate interessante, mas esse não foi o foco naquela noite, num beco um rapaz ruivo e forte mexia numa garota franzina, ela segurava com força uma bolsa contra os seus seios, uma ação comum quando a garota esta se protegendo contra investidas sexuais, não importava se ela estava se fazendo de difícil ou se aquela situação era uma prévia para um estupro, eu precisava me alimentar naquela hora ou perderia o controle.

Não me lembro ao certo o que o rapaz falou quando me viu, acho que algum tipo de ofensa ou alerta, meu inglês já não é muito bom ainda mais naquele estado, pelo que me lembro quando tirei meu capuz ele sacou um revolver e a garota correu para o fundo do beco, não importa, ele atirou e errou, ou talvez tenha me atingido, eu não consigo me recordar só me lembro que no segundo disparo me defendi com um paredão, avancei até ele  o mais rápido que pude e a partir daí não me recordo o que ocorreu, apenas que quando voltei para a minha consciência ele estava caído em meus braços, seu corpo agora estava praticamente roxo e com queimaduras de frio, gelo pendia de suas extremidades quando a garota tentou fugir como reflexo projetei um pequeno Iceberg contra ela rasgando seu peito, eu... nunca me senti tão mal, até aquele momento nunca tinha matado sem que fosse para me alimentar, assim que vi o sangue da garota escorrendo pelo pico de gelo eu... corri, simplesmente corri furioso, acabei congelando as vidraças dos locais pelos quais acabei passando inclusive ouvi algumas estourando pela mudança súbita de temperatura, eu estava em pânico, acabei me enfiando no primeiro beco fechado que achei apenas chorei, chorei como se tivesse regressado aos meus 10 anos de idade quando meu pai dizia que ele merecia filho melhor, chorei naquele beco até me esgotar, quando pude ver todo o lugar estava congelado e a área por onde entrei e que estava aberta agora era tampada por um paredão de gelo, me sentei sozinho no frio do chão, mas o frio não me incomodava, não mais, na realidade ele era a minha única companhia, minha força e eu usaria ela para tudo.”


No fim Benjamin contemplou sua obra incompleta, havia tanto para ser contado e ninguém para ouvir, a solidão era sua companheira, ela e o frio, sempre o frio, quando terminou de encarar o aparelhinho em sua mesa de centro o tomou em suas mãos e apagou a mensagem, ela não resolveria seus problemas, mas trazia o minimo de paz que Benjamin almejava para aquela noite.



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Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold Empty Re: Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold

Mensagem por Jack Frost 29.06.14 3:55





Sessão de Terapia com Dr. C.









Houve na vida de Benjamin mais de um momento em que sua existência e sua forma de pensar foram colocadas em teste, houve com o rapaz mais de uma época em que eventos desfragmentaram e recriaram sua personalidade, seu caráter , sua forma de pensar e agir, esse é um deles:




Não importa a época exata, você provavelmente não liga, posso lhe dizer que foi quando eu tinha 19 anos, há aproximadamente dois anos atrás, eu já havia me instalado nos Estados Unidos e havia começado a trabalhar no Hospital Mount Sinai e ainda não tinha entendido ao certo o que tinha acontecido comigo em Beagle, não entendia meus poderes, minha vida e é claro o meu fardo, mas pior do que isso mesmo depois de ter morrido no Chile eu ainda era tolo e ingênuo, ainda tinha esperança nos homens, nas pessoas, na humanidade e pior, eu me apaixonei de novo.

Roger Felt, alto, cabelo castanho claro, mesclava músculo e uma barriguinha levemente rechonchuda possivelmente graças a algum parente Italiano, conheci ele pouco tempo depois de chegar em New York numa livraria, ele foi simpático, encantador eu diria com suas palavras sinceras porém doces e carinhosas como um Nerd de escola que pouco se envolveu com alguém, o mais engraçado é que certamente ele já tinha se envolvido mais do que eu com as pessoas, saímos durante alguns meses, sete na verdade, mas só no meio do sexto finalmente começamos a namorar, ele parecia perfeito para mim, tinha conseguido me conquistar principalmente depois dele achar incrível minhas habilidades relacionados a baixas temperaturas, eu simplesmente não tenho como explicar o quanto ele era incrível para mim e eu não poderia pedir coisa melhor, só podia ser um sonho porque nunca na minha existência eu tinha tido tanta sorte, mas uma hora todo sonho acaba.

Naquela época eu era tão descontrolado, era difícil encostar em um copo com suco sem que ele se transformasse em sorvete, era complicado passar na chuva sem que ela se tornasse granizo ou neve e era comum encostar nas folhas das plantas que enfeitavam os pequenos corredores do prédio onde eu morava sem deixar uma camada de gelo em suas superfícies, no fim acabaram notando.

Houve um dia, 10 de Outubro, cheguei em casa cansado como de costume e o ar estava diferente, pesado como quando o silencio que antecede a tempestade, como o terror do odor de putrefação que antecede o horror do vislumbre do cadáver rasgado e podre, o pequeno prédio estava ainda mais sem vida e a cada passo pude sentir o vazio dos meus vizinhos, a inércia daqueles que compartilharam de minha companhia, eles sabiam o que me esperava, apenas eu ali não sabia.

Caminhei pelos corredores do local e realmente confirmei minha suspeita, nenhum som vinha dos apartamentos vizinhos que ou haviam saído ou preferiram manter-se quietos atentos ao que iria ocorrer mais tarde naquele mesmo dia, eu odiava aquele silencio, mas ao mesmo tempo ele me excitava, pois sempre odiei e amei o terror na mesma medida, minha curiosidade não permitia que eu simplesmente fosse embora e pelo menos naquela situação eu não poderia ter ido, não poderia deixa-lo para trás.

Quando finalmente cheguei ao corredor de meu apartamento pude ver que minha porta estava aberta, no fundo eu sabia que essa era a hora certa para cair fora, eu não tinha muito controle sobre meu poder e cada músculo meu parecia tentar me forçar a dar meia volta e partir, mas outra coisa dizia ao contrario quase que como uma voz distante que assobiava em minha mente ordens que eu deveria seguir e ela dizia que eu devia ir em frente, encarar a realidade.

Ao chegar no meu apartamento pude ver Roger amarrado em uma cadeira no meio da minha sala, fiquei insano com aquilo e não pensei direito, quando entrei sem cautela no local uma pancada foi tudo que recebi de boas-vindas.

Acordei uns 10 minutos depois, agora eu estava amarrado em uma cadeira frente a frente ao meu namorado, ele sangrava com um corte na lateral do rosto e eu queria fazer qualquer coisa para ajuda-lo, tão bom para mim ele era, tanta bondade não correspondida, mesmo machucado ele sorria para mim tentando me convencer de que tudo estava bem, de que tudo estava sob controle e ele repetia palavras do tipo em baixo tom para que apenas eu pudesse notar, bobagem, bom demais até naquela situação.

Frederick Waters, mais conhecido como Fred, morava no mesmo prédio que eu antes mesmo de minha chegada, todos diziam que ele não era boa coisa, possuía uma gangue que com o passar dos meses descobri serem um grupo anti-mutante, agora ele estava ali, mantendo eu e o pobre Roger em cativeiro, em suas mãos um pé de cabra, ainda na sala também havia um rapaz latino e tatuado que tinha um revólver, ele sentava na poltrona um pouco atrás de mim, havia também outro rapaz loiro com cabelo médio encostado no batente da porta da saída e também Thomas Waters, o irmão mais novo de Fred que devia beirar aos 16 anos no maximo, ele parecia perdido sentado no chão perto da porta com o rosto afundado em suas mãos, pude ver tudo pelo espelho que eles não deviam ter notado.

Frederick andava de um canto a outro zombando de minha existência, zombando de minha “natureza”, eu tentava explicar para ele que eu não era mutante, tentei, juro que tentei, mas ele ficou batendo em minha cabeça com a porcaria do pé de cabra, depois ele zombou de minha sexualidade, disse que eu era um “Puto sujo que adorava dar a bunda nos fins de semana enquanto congelava as bichas que me comiam”, senti mais ódio dele do que do cara que me matou no Chile, o pânico começou a percorrer minha mente e comecei a tentar me soltar, mas não conseguia me concentrar, então Frederick começou a gritar comigo dizendo que queria ver meus poderes, disse que eu devia mostrar algo ou me mataria e mataria Roger, ele então apontou a arma para a cabeça dele e contou vagarosamente 5 segundos, em desespero fiquei tentando congelar a corda para quebrar, mas não consegui.

A ultima coisa que vi de Roger com vida foi um “Eu te amo” que ele sussurrou de seus lábios antes da bala do revólver que Fred tinha tirado de seu capanga atravessar sua massa encefálica e me banhar com sangue e restos de cérebro, comecei a chorar compulsivamente naquela hora e então Frederick jogou em meu colo uma caixa de bombons em formato de coração com duas passagens para Santiago em cima dela, ele... ele tinha dito que ia comigo para o Chile contar para os meus pais...ele... ele queria me ajudar sabe? E eles o mataram.

As lagrimas congelaram em meu rosto como uma maquiagem gótica azul, meu cabelo ficou branco e meus olhos pareciam ter sido apagados por um nevoeiro frio, minha pele mudou para um azul claro levemente arroxeado e todo o apartamento congelou, a saída ficou impedida com um paredão de gelo e a corda que prendia meus pulsos estourou depois de ter sido congelada, nunca senti tanta raiva, Fred, no entanto havia mudado seu semblante faceiro para uma mistura de horror e admiração, o maldito encarava tudo ao redor de boca aberta quando agarrei seu pulso e soprei até congela-lo arrancando o revolver de sua mão junto com seus dedos, agora ele havia gritado pelo menos, aproveitei e me virei contra seus parceiros então.

O latino na poltrona foi o primeiro, ele tentou correr contra mim, mas criei um bloco de gelo no caminho que o fez cair em cima de uma lança de gelo que criei logo depois, ela entrou em sua boca e atravessou até o outro lado da cabeça matando imediatamente, o imbecil havia gritado ao me atacar.
Depois me virei para o loiro que me observava assustado, ele estava com a faca de cortar carne que estava na cozinha em suas mãos e tremia com o frio, quando dei um passo para frente ele avançou na minha direção e quando chegou em meu alcance peguei a cadeira que eu estava preso e a usei para atingi-lo na cabeça deixando-o atordoado, arranquei então a faca de sua mão e cortei sua garganta e imediatamente quando o sangue jorrou do ferimento o congelei ainda no ar transformando-o numa enorme lamina de gelo feita de sangue, imediatamente a empurrei para trás rasgando a centímetro a centímetro do pescoço do desgraçado até que ele caiu no chão quase sem a cabeça, havia sobrado ainda um toco que a mantinha grudado ao corpo.

Quando finalmente me virei para Fred um disparo me atingiu no ombro e mais dois na barriga ao lado direito, nem tempo para urrar de dor tive antes dele novamente me acertar com o pé de cabra na cabeça me fazendo cambalear, ele começou a rir como um palhaço assassino insano enquanto desferia golpes com o pé de cabra contra minhas costas e minha cabeça até que um vulto correu atrás de mim e o ataque cessou, quando tive força para me virar pude ver Thomas lutando contra Fred, ambos gritavam um com o outro até que o mais velho atingiu o garoto com um chute na virilha e outro no estomago, assim que o caçula caiu chorando de dor Fred se virou contra mim, mas antes que ele se aproximasse ou disparasse com aquela nova arma que havia sacado criei um paredão atrás dele e uma lança de gelo que o atingiu no estomago o prendendo contra a parede, mais sangue caiu em mim e também jorrou da boca daquele grande filho da pu** e fiz naquele momento a coisa mais repugnante que podia fazer, eu o beijei roubando cada essência vital daquele ser imundo, absorvi todo o seu calor para ter forças para me curar e la no fundo ri por um anti mutante homofóbico ser morto por um gay com super poderes ainda mais por um beijo, quando me afastei seu corpo já estava sem vida.

Quando ele morreu encarei o espelho, minha pele que misturava azul, roxo e branco agora estava ensopada de vermelho igualmente a minha roupa, meu cabelo parecia uma bandeira do Japão pintada com guache vermelho e que tinha sido borrado por alguma criança desatenta, me virei então para o menino no chão, tão jovem, bonito também, agora tremia de frio, levado pelo irmão para uma estranho mundo que os irmãos deveriam impedir que seus caçulas entrassem, ele estava morrendo de hipotermia, minha raiva tinha sido tão grande que a temperatura agora devia estar aos cinco negativo, corri para o meu quarto pegar cobertores que compartilhei com Roger nos sábados a noite assistindo Game of Thrones, The Walking Dead, Kill Bill ou Senhor dos Anéis nunca para nada mais, nunca havia feito nada “mais” com ninguém, então corri e joguei todos em cima do garoto e o ajudei a levantar para tira-lo do lugar, eu queria ter ódio dele, queria mata-lo, mas não consegui, não podia.

Depois daquele evento deixei Thomas do lado de fora do prédio, voltei para meu apartamento e arrumei Roger em minha cama e me despedi, peguei dinheiro (Bastante dinheiro na verdade, reservas que fazia a algum tempo) e alguns pertences importantes inclusive a caixa de chocolate e as passagens, coloquei tudo dividido em duas malas e as deixei no corredor do lado de fora então voltei e com álcool incendiei o lugar, meu guarda roupa vazio, minha cama com o meu ex, minha sala com três vermes humanos, tudo começou a queimar e só vi piorar enquanto me afastava do prédio naquela noite já que tinha espalhado álcool pelo corredor inteiro e por outras partes do estabelecimento, com apenas duas malas e levando Fred desacordado comigo ofereci mil dólares para um cara me levar para uma área afastada da cidade num hotel barato, ele estava bêbado e apesar de ter sido uma das viagens mais assustadoras da minha vida cheguei quase ileso ao destino, no fim ele estava tão fora de si que foi embora sem pedir dinheiro.

Fiquei naquele hotel por quase três meses até mudar de moradia em moradia até vir morar aqui, consegui salvar Thomas que me contou que a maioria dos moradores do prédio haviam concordado em me eliminar, depois de certo tempo convenci o rapaz a morar comigo e torna-lo um tipo agregado não só da minha casa, mas da minha vida, ele era órfão e seus familiares não se importavam muito com ele, seu irmão era o responsável legal por ele e não era bem um cara muito legal com Thomas, ele ficou quase um ano comigo e num belo dia desapareceu sem levar nada, fiquei sozinho a partir daí, ainda acredito que naquela noite quando seu corpo foi exposto a tão baixa temperatura houve sequelas em sua mente, talvez um certo retardo, a cada dia que passa minha preocupação com o paradeiro dele diminui, sabe? Mas sinto falta dele.



Ao terminar de narrar o evento Benjamin deitado em seu sofá em posição fetal com uma camiseta de manga curta, shorts de dormir e meias pretas com o Mickey estampados nelas acabou sorrindo, não por felicidade, simplesmente sem motivo, sua mente já não era mais a mesma, tantos eventos o haviam transformado de um jeito que só futuramente você ira saber já que isso não é história para hoje, mas depois de sorrir e falar tudo que havia ocorrido naquela noite o jovem gélido sentou-se e abraçou seu tão amado terapeuta, o Doutor Croc, enquanto sorria e chorava em silencio balançando seu corpo para frente e para trás.

FOTO: Doutor Croc

OBS: Sim, a história esta meio confusa ja que se trata de um tipo de conversa, desculpe qualquer coisa.



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Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold Empty Re: Diário: Benjamin Wedge - Ghost Cold

Mensagem por Jack Frost 18.07.14 18:21





Good or Bad?








11:53 P.M - Friday

O sangue escorria e se condensava no solo frio, o armazém abandonado antes lar de viciados era agora uma casa de banho de sangue, o gelo se espalhava pelo local em proporções assustadoras formando inclusive estalactites, os corpos cobertos por pequenas camadas do material frio deixavam tudo tão lindamente assustador e pela primeira vez não havia nenhum tipo de pesar e medo assolando a mente de Benjamin, ele se sentia finalmente fazendo a coisa certa, matando os homens maus.

08:12 P.M – Friday

“Finalmente uma folga no Sábado” – Repetia isso enquanto terminava o seu expediente, naquela noite ele não queria apenas ficar em casa, queria sair e fazer uma das coisas que ele mais gostava de fazer, dançar, poder curtir um pouco a noite sozinho e talvez achar alguém para uma boa conversa, andar por Nova York e depois ir para alguma festa, não que ele realmente ligasse para a festa, para a bebida ou para as pessoas, mas dançar era quase um ritual e nessa sexta ele queria ir num lugar diferente da sua própria casa para fazer isso.

10:53 P.M – Friday

A noite seguia com sua magia, pessoas interessantes, algumas com bastante malicia e outras nem tanto, jovens e não tão jovens no mesmo lugar acompanhados de músicas agitadas, o cheiro de perfumes e desodorantes variados se mesclavam no ar criando combinações fortes e inusitadas e as bebidas apesar de chamativas passavam longe dos lábios do jovem que realmente evitava se envolver com tal material que poderia fazê-lo perder controle de sua mente e corpo.

11:32 P.M - Friday

Para muitos a noite iria durar muito mais, mas não era o que Benjamin queria para ele, o rapaz aproveitou bem o que queria fazer dançando ao som de músicas que ele raramente identificava a origem (Nunca foi bom para relacionar as músicas aos seus respectivos artistas), praticamente não bebeu e quase não conversou com ninguém só que certamente a noite do rapaz duraria mais do que ele calculava, caminhando nas ruas entre prostitutas e viciados, entre crianças perdidas e jovens abandonados ele percebeu que nem mesmo os heróis ligavam para eles, nem os mutantes, nem os magos, nem os humanos, no fundo ninguém se interessa pela escória abandonada que se consome e se destrói mutuamente, encarou os olhares confusos e saiu andando pela rua tentando entender tudo aquilo e o que se passava na mente daquelas pessoas.

Enquanto caminhava ouviu um grito abafado vindo de um local escuro e abandonado, suas janelas e portas mal fechadas por tabuas de madeiras podres e mal pregadas, curioso como é de costume do rapaz acabou dando a volta pelo estabelecimento tentando olhar pelas frestas para entender o motivo do grito, cinco rapazes revezavam entre si estuprando duas moças, Benjamin se afastou, um arrepio surgiu em sua nuca como era de costume acontecer na sua infância quando a mãe dele o pegava fazendo alguma coisa errada, o desespero e a necessidade de interferir acabou fazendo com que seu corpo mudasse, o cabelo tornando-se branco e gélido e a pele mudando, então ele voltou a encostar nas tabuas, o gelo começou a se espalhar pelo ambiente enquanto ele forçava para quebrar a tabua até que finalmente a partiu.

Os rapazes pararam para ver o que havia ocorrido, nus e de boa aparência correram para colocar suas calças de volta, mas o gelo debaixo de seus pés não os permitia, como era do feitio de Benjamin ele criou as laminas de patinação em seus calçados e avançou contra os rapazes, ele não sabia o motivo, mas queria fazer aquilo e eles mereciam pagar...

00:01 – Saturday

Wedge agora tremia olhando a obra prima macabra que havia feito naquela noite orgulhoso na verdade, mas os rapazes mortos não eram daquele lugar, eram da “nobreza”, tinham roupas de luxo a estilo Lacoste e em bons estados, eles mereciam aquilo? Talvez. Benjamin vai se safar dessa? Creio que não se não tomar cuidado, matar um desconhecido ou dois em Nova York pode até ser comum, mas cinco jovens de classe média congelando todo o estabelecimento da carnificina? Seria questão de tempo até que alguém com poderes de gelo seja foco de investigações policiais.

- “Você... Jack Frost?”-

Uma voz surgia do meio da carnificina, uma das garotas sussurrava se esforçando para falar com o rapaz que não a entendia direito.

– Jack Frost... o espírito do inverno... –

Benjamin a encarou surpreso e se aproximou com as roupas dos rapazes em suas mãos que usou para cobrir ambas as garotas (Que percebeu que as garotas eram do ramo comum daquela região) e ajuda-las a se levantar, a mais nova continuou citando o personagem fictício com toda a força que tinha até que o rapaz por desespero concordou, a mais velha em silencio parecia mentalmente e fisicamente melhor e o ajudou com a caçula para saírem do lugar congelado, a mais nova ainda abalada agradeceu baixinho

– Obrigada Jack Frost.

Enquanto a mais velha encarou Benjamin e falou de forma clara e direta:

– Obrigada... Jack Frost, mas você tem que sair, um daqueles rapazes é filho de policial e outro de traficante, não é seguro para você aqui... não é para ninguém -

O choque da informação fez o rapaz travar por algum tempo, ele sabia que estaria encrencado só que não sabia o quanto até ouvir a moça que já não lhe parecia tão jovem, em compensação ele percebeu que aquilo que ele fez não era errado, ele as protegeu e se os grandes heróis não fazem isso por pessoas como elas, então ele o faria.

Continua...




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Mensagem por Jack Frost 21.07.14 17:02





Good or Bad? Pt. 2








“O que eu fiz? – Era o que eu repetia sem parar observando Nova York pela janela da minha sala, não que eu sentisse arrependimento, aqueles “Playboyszinhos” mereciam uma surra, mas eu teria agido certo? O que aconteceu comigo? Observei a minha sala tentando entender o que havia ocorrido naquela noite como uma criança perdida no Shopping, talvez havia ocorrido o maior erro da minha vida ou o passo para uma nova realidade? Quer saber? Que se dane, vou escolher o segundo, aquelas mulheres... aquelas pessoas precisam de alguém, passei os últimos anos cuidando dos feridos, estava na hora de machucar os agressores.

Corri pelo apartamento e fui à direção do meu quarto, peguei as minhas malas antigas e joguei tudo de mais importante dentro delas, como documentos básicos, passaporte, dinheiro vivo (Uma boa quantidade), variadas peças de roupa (Mas não muitas já que Benjamin praticamente não transpira e compra roupas com frequência), a carta que um dia foi enviada a mim para me apresentar aos Carrascos e é claro minhas armas, quase tudo coube em apenas uma mala, mas na outra resolvi levar as coisas mais supérfluas como fotos, revistas, livros e o Dr. Croc, bem, seriam consideradas fúteis para outras pessoas, mas para mim não eram.

Encarei meu apartamento pela ultima vez e percebi que naquela noite Benjamin Wedge deveria morrer, sumir de vez e se tornar mais um caso estranho em Nova York, meus documentos que jaziam comigo só para serem eliminados mais tarde e o álcool que estava em todos os cantos do local era o odor mais forte naquele ambiente “Meu segundo apartamento queimado em Nova York , vão suspeitar que tenho outras habilidades.” – Falei rindo de mim mesmo enquanto acendi o fósforo e joguei no tapete, dessa vez esse seria o ultimo que eu teria no nome de Benjamin Gustavo Wedge.

O prédio tinha muitas falhas como a falta de câmeras e porteiros que não faziam bem seu trabalho como porteiros, era até assustador o fato de que se encontrava tão perto do Central Park e mesmo assim ser tão decadente, quando me mudei para ele há tempos me parecia um lugar incrível, hoje em dia percebo que é bem simples, mais até do que a casa de meus pais em Santiago... sinto falta do Chile, enfim como de esperado não tive problemas para sair do prédio, mais uma vez começando tudo de novo, mas agora sabia que rumo seguir.

-~~~- One Week Later -~~~-

A luz do Sol invadia a sala por uma fresta na janela, era mais que o suficiente para iluminar quase todo o ambiente, minhas “Elsa e Anna” repousavam na mesa junto da minha Taser, a televisão narrava as desgraças típicas da cidade e o cheiro de biscoitos sendo preparados pela vizinha ao lado se fundia com o cheio de maconha que subia forte do beco abaixo, tão cedo e já tão dopados, um conjunto habitacional para pessoas sem boas condições financeiras no Brooklin, engraçado é que realmente não era muito diferente daquela série do rapaz negro que morava por aquelas bandas algumas décadas atrás só que menos engraçado, na mesa também encarava jornais e documentos impressos informando os eventos relacionados a minha pessoa, “5 Rapazes Encontrados Mortos Num Armazém no Bronx, Marcas de Gelo... Suspeita-se de Mutante”, “Jack Frost, Terrorista ou Piada Macabra?”, “Moça diz ter sido salva por personagem fictício ligado a baixas temperaturas”, “Mais três homens encontrados mortos no Brooklin com marcas de Uzi, empresários...”, “Caminhoneiro é encontrado morto em hotel com um corte na garganta..., sim, todas minhas obras-primas.

Jack Frost era o nome citado pela mídia, ficaria ofendido se não soubesse o fundo real por trás da lenda que diz que esse espírito brincalhão que adorava congelar pontas de narizes e dedos também matava soterrado em avalanches aqueles que o irritava, o Espírito do Inverno me caia bem olhando os acontecimentos da minha vida, meus pensamentos foram cortados ao perceber a hora, tinha um compromisso para cumprir e uma nova vida para arrumar.



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