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Diário de Julian Von Crow

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Mensagem por Julian Von Crow 25.06.14 17:03




"Just Like a Pimp"


"Acordara de um sonho profundo, porém estava realmente acordado, enquanto olhava meu quarto com os olhos ainda desacostumados a luz pálida da lua que espreitava pela janela notei que a realidade parecia errada, distorcida, fechei os olhos e suspirei, notando que ainda não acordara de meu inferno pessoal."
Estava cansado, pelo menos era assim que me sentia, meu quarto estava diferente era maior, a parede do lado direito tinha janelas grandes que davam apenas para uma noite de tempestade, enquanto o lado esquerdo era repleto de prateleiras com livros, seguindo em frente a cama estava a porta, com detalhes em gesso já antigo com um tom amarelado que formavam a figura de um anjo noturno sob a robusta porta de madeira.
Ouvi pequenos toques na madeira, acreditando ser alguem batendo na porta suspirei e levantei-me da cama andando lentamente dizendo:
- É alguém que me bate à porta de mansinho. Há de ser isso e nada mais.
Nenhum som se veio, a não ser o grito em desespero do silencio, que até mesmo nas duras noites de inverno procurara o sol para não se sentir morto, sussurrei:
- É visita amiga e retardada, que bate a estas horas tais, é visita que pede à minha porta entrada. Há de ser isso e nada mais.
As batidas voltaram desta vez um pouco mais fortes e caminhei em direção a porta acreditando ser algo importante abri a porta dizendo:
- Imploro de vós, senhor ou senhora, me desculpeis tanta demora mas como eu, precisando de descanso, já cochilava, e tão de manso e manso, batestes, não fui logo, prestemente, certificar-me que aí estais.
Porém ao olhar diante a porta nada havia, apenas a noite e nada mais.
Outra batida desta vez na janela, me virei sem ver nada e segui, fechando a porta e abriu a janela de súbito e em fúria, la apenas havia a noite e nada mais.
Vi um vulto entrando e ao olhar acima do batente da porta apenas um corvo estava ali, com um ar de lord e as costas retas, caminhei até o meio do quarto deixando a janela aberta e disse:
- O tu que das noturnas plagas, vens, embora a cabeça nua tragas sem topete, não és ave medrosa. Dize os teus nomes senhoriais, como te chamas tu na grande noite umbrosa?
O corvo olhou na minha direção abrindo as asas e voando em minha direção, quando o panico me atingiu o único som que ouvi fora a noite sussurrar:
- Nada mais.
O animal atacava meu rosto, protegi meus olhos com o braço enquanto andava em círculos de frente ao animal, entre meu panico recitei com raiva:
"Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa! clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fique no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua.
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua.
"
Quando notei que estava no beiral da janela, havia curvado meu corpo para trás e ja não me sentia mais sob equilíbrio e cai de costas na escuridão do nada e da noite.
Acordei, em meu quarto estava tudo normal, olhando pela janela, vi a lua e nada mais.

Avisos
é um post sim no diário, contando uma noite de pesadelo, espero que tenha gostado ^^



Julian Von Crow
Julian Von Crow

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